Dotação orçamentária do Programa de Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda – o Progeren – é de R$ 5 bilhões e, desse montante, R$ 2 bilhões já estão disponíveis no BB
São Paulo – A pequena e a média empresa que até o momento sobreviveram à crise já podem buscar financiamento para projetos e pagar somente em 2018, quando, segundo as expectativas, o Brasil voltará a crescer.
Instituições financeiras como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Desenvolve SP estão se esforçando junto a micro, pequenas e médias empresas para conceder repasses do programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de Apoio e Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (Progeren).
Segundo a gerente do departamento da regional sul do BNDES, Ana Paula Bernardino Paschoini, o Progeren já está operante com uma dotação orçamentária de cerca de R$ 5 bilhões até 31 de dezembro de 2016. “A carência vai de 3 meses a 24 meses”, destacou Ana Paula.
Na avaliação do presidente da Escola de Negócios Saint Paul, José Cláudio Securato, o momento atual é propício para as empresas buscarem recursos para projetos, especialmente de financiamentos do BNDES com carência de até dois anos. “Agora é um bom momento para estreitar o relacionamento com os bancos ou agências de fomento, antecipar-se e conhecer as melhores linhas de aderência ao seu tipo de negócio”, recomendou.
Securato orientou a atualização dos dados cadastrais das empresas nos bancos nesse segundo semestre de 2016. “Olhe a grande oportunidade agora, a empresa entrega a proposta e a projeção ao banco, e o Brasil melhorando um pouquinho em 2017 e crescendo em 2018 pela expectativa consolidada, hoje, do mercado. E se poderá comprovar lá [em 2018] que o que se projetou de retorno, de fato, aconteceu”, disse.
No mercado, de fato, a percepção é que os grandes bancos brasileiros bateram recorde de renegociação de dívidas com as empresas no primeiro semestre de 2016. “A última coisa que o banco quer é executar as garantias. Banco gosta de fluxo de caixa. Banco quer receber”, diz o assessor de projetos do Dempi, Flávio Vital.
Linhas do BNDES
Na sala de crédito montada na sede da Fiesp, em São Paulo, os representantes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Bradesco e da Desenvolve SP estavam dedicados a demonstrar aos empresários na última sexta-feira, as novas taxas de financiamento em linhas de repasse do BNDES.
“Depois eu vou cobrar a concretização disso que estou vendo aqui: taxas de 1% ao mês”, assegurou o diretor do Dempi, Claudio Luiz Miquelin, sobre as ofertas dos bancos.
Pelas informações divulgadas pela gerente do BNDES, Ana Paula Bernardino Paschoini, os programas BNDES Finame (0,9% ao mês), MPME Inovadora (1% ao mês), BNDES Automático (1% ao mês) e Progeren (1,1% ao mês) estão com taxas consideradas atrativas para micro, pequenas e médias empresas e com prazos de carência para a maturação dos projetos. “O cartão BNDES não tem carência. O custo do BNDES é de 10,2% ao ano, e até 4% ao ano são cobrados pelos agentes financeiros. A taxa do cartão fica em 1,21% ao mês [em média]”, divulgou ela.
Ana Paula citou dados sobre a expansão do cartão BNDES no estado de São Paulo. Até 1º de julho de 2016 o valor das transações alcançou o montante de R$ 2,3 bilhões em 146,34 mil transações, dentro de um total de R$ 17 bilhões de limites concedidos, e de 212,02 mil cartões emitidos. “O interessado tem que procurar uma agência dos 11 bancos credenciados pelo BNDES”, disse.
No evento, a Caixa divulgou linhas de: financiamento do 13° salário dos funcionários; repactuação de operações adimplentes; crédito com pausa; reestruturação de débitos com até 59 dias de atraso; e renegociação sem entrada em até 120 meses (10 anos) com carência de 12 meses.
Entre os produtos oferecidos pelo Bradesco estão capital de giro para franquias; crédito para investimento em franquias; além das linhas Vendor (vende a prazo e recebe à vista) e Comprar Estoque Fácil voltados para os chamados Arranjos Produtivos Locais (APLs), em parceria com o Sebrae.